Como tinha dito no post anterior, tinha havido uma zanga entre mim e o Mário Viegas na altura da digressão de "O Regresso de Bucha e Estica", e eu afastei-me e fui fazer outros trabalhos (com A Barraca e o Teatro do Século). Mas, a zanga não durou muito tempo.
Mário Viegas em foto de Eduardo Gageiro sem data.
foto copiada de um jornal.
Passados uns tempos, o Mário mandou recado pela Manuela de Freitas para eu ir á CTC (Companhia Teatral do Chiado), que ele entretanto tinha fundado, para falar com ele. Lá fui e voltei a trabalhar com ele. Para a primeira peça não era necessário luzes, porque A Birra do Morto, já tinha estreado e era feita só com velas e algumas (poucas) luzes florescentes que havia na sala. Mas fiz as luzes para o "Mário (Gin-Tónico), Volta a Atacar", para "3 Actos de Beckett", para a reposição do Bucha e Estica e para "O Cantinho da Maria", com a Maria Vieira, que era aos sábados de manhã, e de que não tenho material nenhum e é pena.
1990
ano do nascimento da C.T.C.
A Birra do Morto (1990)
de Vicente Sanchez
Encenação de Mário Viegas
Capa do programa e critica de Maria Helena Serôdio em O Jornal.
Critica de Carlos Porto no Jornal de Letras em 29-01-1991 a 3 peças
encenadas pelo Mário Viegas no arranque da Companhia Teatral do Chiado.
Noticia de um acidente de Mário Viegas que o obrigou a andar de muletas, que alguns anos mais tarde serviram para eu andar com elas, quando saí do hospital e ainda as tenho lá em casa.
Poemas de Bibe (1990)
Poemas de Bibe foi um disco de poesia gravado por Mário Viegas e Manuela de Freitas, dirigido ás crianças e editado pela UPAV (União Portuguesa de Artistas de Variedades) de que ambos eram sócios e eu trabalhava lá em part-time a vender discos por todo o país. Não sei bem as datas em que saiu, mas deve ter sido no fim de 1990. O disco começou por sair em vinil e mais tarde saiu em CD.
Critica de Viriato Teles a Poemas de Bibe e noticia em O Jornal.
Três Actos de Beckett (1991)
A última peça (Fôlego) era genial, durava um minuto e era só uma lâmpada azul que acendia muito devagarinho e quando chegava ao máximo tremelicava e saia em fade-out rápido. O povinho dividia-se: gostava ou odiava, mas, odiava sobretudo porque havia um intervalo antes de 10 minutos. Os "Três Actos de Beckett", começava com o Mário Viegas no "Krapp", depois seguia-se a Carmen Dolores em "Balanceada" e depois vinha o "Fôlego".
Capa do programa e página interior com fotos de vários
Krapp feitos pelos Mário Viegas ao longo dos anos.
Mário (Gin-Tónico), Volta a Atacar (1991)
Criação, concepção, encenação e tudo por Mário Viegas
Capa do programa, com a célebre foto do encontro entre os dois verdadeiros Mários
(Mário Viegas e Mário-Henrique Leiria) e critica de Manuel João Gomes no Público.
Critica de Eugénia Vasques no Expresso. Clique.
Foi mais ou menos nesta altura, a meio de 1991, que voltei a zangar-me com o Mário Viegas e fui á minha vida, também coincidiu com eu estar a estudar, a trabalhar em part-time na UPAV (onde o Mário Viegas era sócio) e fazendo outros trabalhos (a vida é dura) na Cinemateca e na Barraca. Portanto estive de 91 a 94 fazendo outras coisas, entretanto também tinha entrado para a Sic em 1992 e andava por lá bastante entretido. Enquanto isso, o Mário Viegas continuava a sua aventura como produtor e criador teatral.
Noticia no Se7e em dezembro de 91, sobre a próxima estreia
de "Totó", mais um "one man show" de Mário Viegas.
Critica de Eugénia Vasques no Expresso em Janeiro de 92.
Reportagem com Mário Viegas em O Jornal em Janeiro de 92.
foto encontrada na net
Para terminar este post, escolhi um magnifico exemplo da arte de fazer anúncios de Mário Viegas; anúncio da próxima estreia de "Nápoles Milionária", com referência à peça em cena, "Totó", mais o "Chá das 5...", onde actores e actrizes iam tomar chá e contar coisas da sua vida artística, neste caso, Cecília Guimarães e Luís Lucas.